DEZEMBRO, 2023 — Existe alguma versão do último mês do ano em que a gente não gaste energia de um ano inteiro? Uma amiga quer saber.
Acho que todo dezembro eu vivo isso ou mais um pouco, uma vida inteira dentro de um mês. Aniversários, festas de fim de ano, procura dos presentes das crianças, a correria na procurar dos presentes dos meus queridos adultos — sempre acho que não vou comprar nada e sempre acabo comprando, eu AMO presentear os amores da minha vida.
Organização de sobrevivência no período de férias da creche. Eventos para cumprir com a ideia de aproveitar bem os finais de semana de verão, matar saudades. Basicamente como se o mundo fosse acabar na virada de ano. Alinhar todos os chakras para última sessão de terapia pré-férias da terapeuta durar tempo suficiente até o retorno das sessões.
Provei óculos de sol como se tivesse limite no cartão para comprá-los. Provavelmente teria voltado com o belíssimo Rayban para casa se fosse esse pequeno detalhe técnico. A dona da ótica foi absurdamente simpática e ser bem tratada nessas ocasiões definitivamente é meu ponto fraco. Eu sinto que preciso pagar pelo bom atendimento. Nesse dia provei dois modelos mas resolvi ilustrar esse post com o modelo que cunhado achou mais gangster.
NOTA #01 — Foto com copo com era pra ser aqueles vídeos de eu sou a Barbara e esse é meu primeiro copo mas o registro parou no primeiro vídeo porque passei mal antes mesmo do segundo copo de cerveja. Não sei se foi a sensação térmica do dia e/ou o pão de alho extremamente caprichado (com lactose) que eu inventei de comer. Sai de lá viva mas não muito. Não indico.
Uma coisa que aceitei depois que Sara nasceu é a necessidade de sair de casa com um bocado de mochila, bolsa e mala. Não importa se é para passar o mês ou o final de semana, a quantidade de tralhas quase não muda. A gente nunca sabe ao certo se o clima vai de calor demais para frio demais, se a Sara vai usar a mesma roupa nos dois dias ou precisar trocar de roupa vinte vezes. Na dúvida prefiro sempre errar pelo excesso do que passar perrengue.
NOTA #02 — Acho que vocês nunca viram tanto o meu rosto nesse blog como agora que estou com o cabelo descolorido. Começando a achar que todo o perrengue capilar vale o trabalho para alcançar tamanha autoestima. Talvez o negócio seja aceitar que em vez de mais um surto capilar eu precise mesmo é de um bom tratamento/hidratação.
NOTA #03 — Vestido colorido que Sara está usando é da CACO KIDS. A peça ela que escolheu porque eu não conseguia decidir qual comprar. O óculo fui atrás aqui pelo bairro porque ela queria se vestir igual a menina da foto.
Não sabia muito bem o que esperar do Natal porque o plano que tínhamos inicialmente acabou não rolando e no fim das contas foi muito gostoso. Meu primo chegou de Curitiba com a namorada — aqui deixei claro para a Fê que a sua belíssima carequinha estava me dando gatilhos — e Betão chegou de surpresa. Aquela comilança boa, muita papeação e Sara feliz com os presentes que ganhou.
Sara pegou uma belíssima virose, ou seja, muita preocupação e fraldas gastas. Trabalho remoto com criança de férias da creche e doente é o combo da insanidade. Não adianta, por mais que a gente já tenha passado por isso nunca sabemos qual a surpresa da vez. Foi o mais puro caos. A cada minuto eu sentia vontade de cancelar a programação de final de ano e voltar para a casa.
É aquela coisa, quem vê close não vê corre. Eu mesmo me peguei rindo da ironia dos registros de dezembro. O próprio vídeo resumo do mês eu achei lindo demais e não transpareceu os anos de vida que perdi nessa finaleira de ano. Por isso a grama do vizinho parece mais verde. Nem sempre rola ficar trazendo pra rede de cá e a de lá as gasturas do dia a dia. As vezes o que a gente precisa pra manter a sanidade é romantizar a própria vida mesmo. Tudo sobre descontrole e não tá tudo bem.
A virada de ano combinamos de passar na Gamboa, na casa do vovô Beto. Lá fomos apesar do desgaste da semana me fazer pensar em desistir da ideia algumas vezes. Tentei focar minhas energias em alguns fatos motivacionais: Sara tinha melhorado da virose, Toni estaria de férias na primeira quinzena do ano, as caminhadas matinais por lá sempre me animam, ainda tinha chances de curtir um bom dia de praia.
A realidade foi um tanto intensa, por assim dizer. A última manhã de praia do ano, apesar do dia lindo, foi caótica. Meu carisma já estava baixíssimo devido ao estresse da semana e minha habilidade de lidar com as minhas próprias emoções estava em situação de inexistente. Sara, claramente sentindo o meu belíssimo humor, resolveu aderir ao mesmo estado de irritação. O vento estava no mais absoluto descontrole, o que ajudou ao fato de termos levado uma barraca ser um grande erro. Nesse dia eu chorei mesmo, salva pela discrição do óculos e boné. Quando enfim desistimos de tentar relaxar [risos nervosos] o varão da barraca quebrou e entrou farpa de fibra de vidro na minha mão.
Terminei o dia (31) com muita dor de pescoço e cabeça, provavelmente reflexo de todos os desgastes físicos e mentais dos dias anteriores. Tive que recorrer ao Torcilax e por fim chutei o pau da barraca com as minhas restrições alimentares pra conseguir elevar um pouco o meu carisma — comida sempre foi regulador de carisma pra mim e ultimamente tem sido complicado. Sara chorou no primeiro barulho dos fogos, pega completamente de surpresa. Desejei feliz ano novo para todos que estavam lá e fui dormir, já não aguentava mais.
Antes de ir dormir, com a desculpa de que Sara estava cansada (e estava mas não era a única), acalmei a bonita explicando sobre os fogos e tentei registrar o momento com a Instax.
Acho que foi nesse dia que de fato me dei conta do quanto preciso respeitar os meus limites. Com criança pequena a vida é uma caixinha de surpresas e, mesmo com rede de apoio até certo ponto, nem sempre as pessoas dão conta de nos salvar do caos que se instala. As vezes é simplesmente reconhecer que as coisas fogem do controle e se, passado do nosso limite, tudo bem cancelar programações e voltar para a casa, não importa o evento.
Reforcei isso na terapia. Sai dessa experiência sem raiva de ninguém, não senti necessidade de culpar ninguém, nem a mim mesma. Simplesmente aceitei que a vida é um grande descontrole e nem sempre damos conta. Por mais que eu tenha decidido o que não fazer no próximo fim de ano, Sara está crescendo e rápido. Um ano na vida de uma criança é quase uma vida inteira para a gente. MUITA coisa muda. Não dá para prever o que os novos descontroles vão nos proporcionar.
Dito isso, desejo a mim mesma para esse ano (e para as festas de fim de ano, risos) muita paciência, sabedoria e controle emocional. Que 2024 seja LEVE, peloamordedeus! Ou que pelo menos o Lacday me salve em eventos sociais porque ainda não descobri outra forma de regular meu carisma em situações caóticas.
Dezembro realmente é o mês mais cansativo do ano...
ResponderExcluirEu achei tão bom ver tantos registros lindos num post só. Seu cebelo platinado tá belíssimo! Eu ainda estou sofrendo com as minhas mechas e o tanto que meu cabelo tá ressecado.
Beijos e que 2024 tenha muitas memórias boas!
cabelinho com química sofre né? e o nosso bolso sofre também HAHAHA
ExcluirSe ainda não desejei, aqui vai: FELIZ 2024! Que seja um ano de muitas alegrias, sucesso, comidas gostosas e fotos lindas da Sarinha <3
ResponderExcluirDezembro é dose, impiedoso, e novembro nunca nos lembra de nos lembrarmos de que temos que estar sempre preparados para dezembro :P Deu tudo errado mas deu tudo certo no final das contas e temos um ano inteiro (descontando trinta e oito dias) para fazer tudo de novo e acertar mais vezes. Partiu!!
feeeeeliz 2024! :)
Excluirnovembro devia vir com lembrete: favor desacelerar, dezembro vem sem dó! HAHAHAHA