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28.1.24

Outubro, 2023: Casa de Vó

OUTUBRO, 2023 • Imbituba — Sara pede para ir na casa da avó materna. Até ela, nos seus humildes três anos e poucos, sabe todas todas as alegrias que a casinha da avó proporcionam. Espaço, liberdade, muita paparicação da vovó. 


Uma coisa que acho muito interessante na casa da minha mãe é o fato de que lá o clima não é impeditivo para aproveitar a visita. Pode estar ventando bastante (o que acontece com frequência) ou estar chovendo (o que foi o caso quando pegamos estrada) que ainda assim conseguimos aproveitar. Lá Sara tem mais espaço que em casa. Brinca, rola, mata a saudade de alguns brinquedos, faz bagunça com água. Lá até a banheira da vovó vira diversão. A criança gasta energia e os pais descansam na media do possível. Como ela diz:

— Lá na casa da vovó adiana é difelente né? Eu gosto. 


A memória que eu tenho olhando esses registros é que nessa visita voltamos para casa bem relaxados. Posso estar confundindo com outro final de semana? Posso, mas vou fazer de conta de que foi nesse mesmo. Arrisco dizer que foi uma das poucas ocasiões em que Toni e eu conseguimos curtir a banheira por bastante tempo. Geralmente ficamos pouco tempo porque convencer a Sara a não ficar com o peito gelado fora da água exige demais da nossa paciência. Também podemos fazer de conta de que a arte da Sara de fazer exatamente o oposto do que pedimos seja um meio de nos salvar da coceirada que nos dá no corpo quando ficamos tempo demais de molho. Maracujazinhos de gaveta. 

Outra coisa que me pego pensando com uma certa frequência, as particularidades da minha infância e da infância dela. Costumo brincar que na vez da bonita ser criança tem jacuzzi na casa da vovó enquanto na vez da mamãe eu voltava para a casa com bicho do pé. Sem grandes filosofias de vida nessa parte, a gente fica feliz de poder proporcionar certos luxos materiais mesmo. 

Já filosofando um pouco mais, noto que outras coisas que tive (que não são coisas) talvez ela não tenha. Acho que não da forma que eu tive. Aquelas reuniões familiares, com a família toda, tios e primos para todos os lados. Confesso que hoje adulta, tenho pavor desse amontoado de gente num espaço só, por maior que seja o carinho que eu tenha pelos meus familiares. Mas tenho recordações gostosas enquanto criança no meio dessa muvuca familiar. 

Hoje graças ao evento morando no mesmo terreno que sogrinha a Sara tem contato com as primas, tios e avós paternos com bastante frequência. Porém o evento festas familiares com a casa cheia são bem raros. 

Dá para dizer que a infância dela será melhor ou pior que a minha? Não. Estou apenas divagando para chegar em lugar nenhum. Até porque são três décadas de diferença, contextos diferentes, realidade financeira diferente, e por ai vai. O que eu interpreto na minha adorável ignorância? Fui feliz pra caramba e observo que ela está sendo também.  

Enfim, divagações em um post que era para ser basicamente a visita que fizemos a minha mãe em Outubro. Consigo me visualizar fácil na terapia dando vários alt tab enquanto falo sobre situações ainda mais aleatórias. 

Alt tab


Apesar de eu ter consciência de que o que acontece no nosso dia a dia também é criar memórias, sinto que quanto visitamos minha mãe, vamos para o sítio ou fazemos qualquer outra coisa para além da rotina é que de fato estamos criando outras memórias. Aquela coisa de sair da rotina, se permitir desacelerar, viver sem hora marcada, sem tarefa por fazer. Sinto que nesses momentos desbloqueamos outras necessidades e desejos que a vida adulta bloqueia com tanta facilidade por conta das demandas do dia a dia. 

Alt tab

Eis que fez sol e dias ensolarados por lá nos permitem passear na praia. Como fora de temporada a movimentação por ali é basicamente dos moradores e a praia é absurdamente extensa, dias ensolarados nessa época significam uma boa faixa de areia para aproveitar com pouca movimentação de pessoas. Basicamente a minha receita para recalibrar o (meu) carisma. 

Gosto de ir para lá justamente para fugir da agitação e poder curtir o ar livre sem grandes surpresas. 


♥ / Alt 3

6 comentários:

  1. Engraçado que eu estava pensando sobre isso esses dias, de quando eu era criança e no Natal ia para a casa da minha vó e estava aquele montão de gente, criançada correndo para todo lado (eu, inclusive), e pensando que hoje em dia é tudo que eu evitaria porque sei lá, acho que perdi a paciência, não importa o quanto eu ame todos hehe.
    Uma grande impressão que eu tenho, pela carinha da Sara estar sempre com esse sorrisão de quem estou pensando no que aprontar agora, é que ela é bem sapequinha rsrs ^^
    Amando esses registros em retrospectiva!

    Beijos!
    Jessica M.

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    1. eu costumo falar que o que ela tem de bonitinha ela tem de ordinária. a bichinha está sempre no modo: o que eu NÃO posso fazer que eu GOSTARIA de fazer agora HAHAHAHAH

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  2. Sabe que eu tenho lembranças até hoje da casa da minha avó paterna? Ainda lembro onde ficava o que. E lembro de comer iogurte de morango, passas de uva e Miliopã vendo Chaves hahaha
    Certamente a Sara terá lembranças lindas e nostalgias gostosas da infância dela!

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    Respostas
    1. amo lembranças de infância que envolvem lugares e comida. fico imaginando as lembranças desse tipo que sarinha vai ter :)

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  3. Tenha alguém que olhe pra você como Sarinha olha pro Nescau ♥

    haha adorei o "alt tab"!

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